FUNK E HIP HOP: GÊMEOS IDÊNTICOS
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Óculos, boné, colete, camisa, relógio, celular e até guarda chuva. Se você trabalha com produção ou comércio de algum desses produtos de vestuário ou acessórios saiba que está próximo de acessar um lucrativo nicho do mercado musical que além de crescente está entrando com força no mercado de luxo. Sim, eu me refiro ao brasileiríssimo Funk Carioca.
Filho bastardo do grupo Kraftwerk com o gênio James Brown, a mistura de Eletro alemão com Funk americano criada pelo Dj Marlboro através do padrinho do Hip Hop Afrika Bambaataa, se firmou como um novo subgênero daquele Funk primordial nas comunidades até paulatinamente superar preconceitos, descer o morro e cravar sua bandeira no mainstream. Contudo quando finalmente se fez enxergar, este novo ritmo provou não se tratar apenas de música: proveniente das favelas do Rio de Janeiro, o Funk também apresentou ao mundo um apelo visual impressionante com vestuários coloridos, extravagantes e cheio de acessórios que provaram gozar de grande prestígio sobre o valioso público jovem.
Eu descobri muito tarde que tudo fica melhor com óculos espelhados.
Embora estejam em fases maturais diferentes, é sabido que os ritmos irmãos seguem uma trajetória até certo ponto parecida no que tange o estabelecimento de parcerias com segmentos da alta costura. Através de seus maiores nomes o Hip Hop por exemplo, dita quais tendências predominarão no Street Style mundial tendo grifes renomadas como Philipp Plein lançando coleções exclusivas inspiradas na sua “práxis“. Paralelamente, embora se trate de um movimento preambular, tanto o funk quanto seu ousado e sensual estilo de vida, foram descobertos por maisons – termo francês tradicionalmente utilizado para se referir às casas de alta costura e joalheria – como a francesa Mugler, que é internacionalmente reconhecida por explorar tais características e não titubeou em recrutar algumas de suas maiores divas para protagonizar determinadas campanhas. Do ponto de vista simbólico, a seleção de personalidades como Anitta para estampar o fronte de uma renomada grife internacional em mercados incipientes disputados, deixa claro como o Funk experimenta um processo análogo ao de seu primo próximo em vias de, potencialmente, influenciar a moda a nível mundial através do exótico “way of life” ostentado por seus MCs. Um movimento latente e acessível que abre espaço para diversas marcas que queiram experimentar esse mercado devido a sua pulverização característica.
Tiras e muita transparência. Seria uma fantasia de múmia futurista? Não, é a nova coleção da Mugler.
LANÇANDO ALTA COSTURA ATRAVÉS DO FUNK
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A reboque do interesse criado pelo Funk após sua ascensão meteórica ao mainstream, este logrou conduzir também os jovens das classes A e B para o interior dos bailes nas periferias munidos das diferenciações sociais e vestuárias que lhe são características. Desta forma, concomitante às promoções encabeçadas por seus artistas e estilo manifestado pelos novos frequentadores, a indumentária vigente no segmento foi paulatinamente elevada o que involuntariamente inseriu as marcas ligadas ao gênero na importante pirâmide do luxo – conceito relativo ao luxo segregado por valor/classe social explorado no capítulo 2 do DesignBook Luxurização – e produziu um curioso GAP de mercado ligado a catálogo: é facilmente observável que tal expansão vestuária não fora acompanhada pela diversificação no portfólio das marcas consumidos por seus usuários, que passaram a englobar todas as camadas jovens imagináveis, e não contam com mais de três citações relevantes por peça trajada segundo uma reportagem realizada por Paula Paiva Paulo para o site G1. Atentos aos conceitos embutidos na predita pirâmide do luxo, este fato atesta existir espaço para a introdução de novas marcas de alta costura no segmento pois reconhecidamente se trata de um mercado altamente fragmentado. Neste sentido, se destacam casos como o de Jeferson Santos que denotam investimentos iniciais da ordem de 50 mil afluindo em rendas mensais de 400 mil através de um simples e preciso investimento em Luxurização.
Alguns chamam de investimento, outros de gasto, nós chamamos de luxo.
Entre outras localidades, os Jovens paulistanos chegam a investir 8 mil em uma única composição para causar no baile e qualquer marca consciente, consistente e alinhada com o práxis dessa tribo pode figurar entre as escolhas de sua próxima compra. No universo do Funk o importante é ostentar para chamar atenção das gatas e sair chavoso nas selfies, então deixe o DesignBook te mostrar como você pode alcançar os resultados esperados neste mercado promissor e aproveite para seguir nossas redes sociais e companhar todas as atualizações sobre este e diversos outros grandes títulos porque afinal, no universo do funk Look barato é bode!