MAIOR ESTRELA DAS ARTES MARCIAIS CHINESAS
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Bruce Lee, Bruce Lee… O Leonardo da Vinci do oriente. Ao contrário do absurdo que a comparação sugere, trata-se de um cara (ou “o cara” das artes marciais chinesas) dono de uma mente quase tão prolífica quanto o aclamado mestre. Comparações esdrúxulas à parte, fato é que Lee Jun-Fan – nome de batismo de Bruce Lee – contribuiu em diversas frentes para a evolução das humanidades utilizando-se do cinema, doutrina pelo qual se tornou mundialmente conhecido, principalmente para promulgá-las. Neste artigo escantearemos o Chá-chá-chá (Bruce Lee também foi um exímio bailarino deste ritmo) para focar em somente três das indissociáveis matérias a qual se dedicou, sendo estas a supracitada sétima arte, coreografia e artes marciais. Vale ressaltar que ruídos de seu trabalho em temas como fisosofia, atuação e direção poderão eventualmente figurar por aqui porque convenhamos, falar de Bruce Lee é falar de algo multidisciplinar.
Pedro Cardoso, Chaplin e Bruce Lee não parecem estar sempre interpretando o mesmo personagem?
Existe um Kung Fu folclórico proveniente do cinema chinês que foi apresentado ao ocidente através do filme O Tigre e o Dragão (Crouching Tiger Hidden Dragon – Ang Lee/2000), chamado Wuxia Pian, ou romance de cavalaria em bom mandarim. É filho deste gênero por exemplo, as tradicionais cenas onde heróis abatem sozinhos centenas de inimigos randômicos que também se tornaram padrão nos blockbusters ocidentais após a fortuita aparição de Bruce Lee. Porém enquanto na América espetáculos como esse foram inicialmente rechaçados pelo público devido a sua ininteligibilidade, em Hong Kong já enfrentavam um processo de renovação por conta de seu classicismo: os estúdios da ilha se esforçavam a anos para promoverem inovações nesse sentido, logrando êxito apenas com o inesperado surgimento de Bruce Lee (pleonástico não?) que introduziu aquela proposta eternizada pelo gênero Wuxia Pian também nos combates sem armas. Uma vez que lutas entre oponentes reais se sucedem rapidamente, ele acreditava que esta deveria ser a dinâmica predominante em sua representação nas telas criando uma espécie extremamente própria de realismo.
VAMOS FALAR DE LUTAS
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É promulgado que no cinema a busca pelo realismo “bruceleeano” começou mal, ferindo e fraturando atores ao tentar reverberar essa característica. Contudo, miseravelmente para estes, a autêntica fragmentação óssea promovida pelo astro coadunava com a proposta final: Bruce Lee acreditava em velocidade e potência como fatores chave na interceptação do inimigo – tanto que em tradução livre, o nome escolhido para batizar sua arte marcial, o “Jeet-kune-do”, seria “O modo de se interceptar o punho” – cuidando para que tais propriedades fossem transportadas para seus filmes. Em uma era pré-bruceleeana, clássicos do Kung Fu destacavam as artes marciais chinesas predominantemente através de “planos de ação continuados” – basicamente tomadas em que a cena transcorre semelhante a um plano sequência lateral dinâmico (parte da metodologia principal abordada no DesignBook Hong Kong America: Teoria e Prática das Cenas de Luta) – que as mantivessem hegemônicas em relação ao tempo de tela com oponentes duelando por vários minutos seguidos em coreografias extremamente rebuscadas. Bruce Lee por sua vez também coreografava minuciosamente, contudo para que os inimigos desacordassem após uma única pancada. Afinal, como nas lutas reais, voluntariamente, Bruce Lee logrou que os combates se sucedessem mais rapidamente em seus filmes o que acabou involuntariamente contrastando com a dramatização alegórica que empregava nos mesmos: seus maneirismos, expressões excêntricas e posições enérgicas mantidas fixas após o desferimento de golpes, vociferando com sua força, tremendo com sua potência, gemendo com seu vigor, são marcas registradas e testemunho inconteste do talento que expôs como ator.
Não é de hoje que tirar a camisa é um ato cheio de significado.
Bruce Lee é o terço pioneiro da revolução nas lutas cinematográficas sendo sucedido após sua trágica morte, pelo carismático Jackie Chan e a progressiva evolução nas técnicas de corte desenvolvidas pelo Cinema americano. Juntos estes elementos formariam os vértices do tridente que se tornaria o padrão definitivo no cinema de combate mundial. Este é o assunto do DesignBook Hong Kong America: Teoria e Prática das Cenas de Luta, adaptação de um trabalho acadêmico (TCC do papai aqui) que monstra o processo histórico dessa amálgama, bem como as reverberações práticas que foram geradas nas cenas de luta dos dois hemisférios através dos anos, culminando em um manual completo sobre suas técnicas de produção. O Designbook se econtra em desenvolvimento com estimativa de lançamento para meados de 2029. Siga as redes sociais do DesignBook para companhar mais atualizações sobre este e diversos outros grandes títulos e até o lançamento!